Mãe e filho com autismo são aprovados em Pedagogia

Redação Uníntese

Adriana de 41 anos e Gabriel Czelusniak de 17 anos, mãe e filho curitibanos, ambos diagnosticados com autismo, foram aprovados no curso de Pedagogia. No recente processo seletivo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma história inspiradora de superação e inclusão.

Mãe e filho com autismo aprovados no curso de pedagogia

Enfrentaram desafios e preconceitos, mas alcançaram juntos essa importante conquista.

Adriana, já formada em jornalismo e atualmente cursando psicologia, decidiu se inscrever no vestibular junto com Gabriel para apoiá-lo e ampliar seus conhecimentos na área. Ela conta que inicialmente não tinham grandes expectativas, pois nunca haviam participado do vestibular da UFPR e Gabriel acabara de concluir o ensino médio em uma escola que não preparava para o exame.

Adriana de 41 anos e Gabriel Czelusniak de 17 anos.
mãe e

Um dos obstáculos que enfrentaram foi a falta de enquadramento nas cotas destinadas a pessoas com deficiência, já que ambos não haviam cursado o ensino médio em escola pública. Mesmo assim, realizaram a prova pela concorrência geral, em uma sala com poucos candidatos, o que trouxe um ambiente mais tranquilo para ambos.

Adriana de 41 anos e Gabriel Czelusniak de 17 anos.

A escolha pelo curso de Pedagogia foi baseada nos interesses de Gabriel, que sempre demonstrou afinidade com atividades que envolvem terapias e atendimento a pessoas. Na escola, ele participava de projetos voltados para a interação com estudantes do ensino fundamental, o que despertou nele o desejo de ajudar o próximo.

A notícia da aprovação

A notícia foi recebida com grande surpresa e emoção pela família. Após conferirem a lista de aprovados várias vezes para acreditar, celebraram de uma maneira especial, relembrando um ritual tradicional de calouros, o banho de lama, que não ocorria desde 2019 devido à pandemia.

Gabriel foi diagnosticado com autismo aos quatro anos, e ao longo de sua trajetória escolar, precisou de adaptações para se integrar ao ambiente acadêmico. No entanto, na UFPR, eles foram calorosamente recebidos pelos veteranos e professores, o que proporcionou um ambiente acolhedor desde o início.

Gabriel Czelusniak de 17 anos.

Adriana, agora caloura de pedagogia, decidiu criar uma conta nas redes sociais para compartilhar informações sobre neurodiversidade, autismo, inclusão e habilidades socioemocionais. Nesse espaço, ela também compartilhou a emocionante jornada de aprovação de mãe e filho na universidade.

Adriana de 41 anos.

Essa história de superação e inclusão nos lembra da importância de reconhecer e valorizar a diversidade em todas as suas formas, e como o apoio mútuo e a determinação podem superar quaisquer obstáculos. Parabéns a Adriana e Gabriel por essa conquista inspiradora!

Aluno com autismo na instituição de ensino

A Lei Berenice Piana, em vigor desde 2012, proíbe expressamente que escolas recusem a matrícula de alunos diagnosticados com autismo. De acordo com essa legislação, caso a inscrição de um estudante com transtorno do espectro autista (TEA) ou qualquer outra deficiência seja rejeitada, o gestor escolar pode enfrentar punições que variam de multa de três a vinte salários mínimos.

O que é o transtorno do espectro autista

O transtorno do espectro autista é uma condição de neurodesenvolvimento que se caracteriza por um desenvolvimento atípico, apresentando manifestações comportamentais específicas, déficits na comunicação e na interação social, além de padrões de comportamento repetitivos e estereotipados. É comum que os indivíduos com TEA também apresentem um repertório restrito de interesses e atividades.

Essa legislação visa garantir o acesso igualitário à educação para todas as crianças, incluindo aquelas com necessidades especiais, promovendo assim a inclusão e a diversidade nas instituições de ensino. O cumprimento da Lei Berenice Piana é essencial para assegurar os direitos fundamentais das pessoas com autismo e outras deficiências, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva.

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