‘Libras na Escola’ leva inclusão para todos os alunos
Projeto municipal promove inclusão escolar através do ensino da Libras a todos os alunos
O Libras na Escola, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de Olímpia é um projeto que vai além de oferecer intérpretes para alunos surdos sinalizantes e visa a integração entre todos os estudantes.
Você concorda que a escola deve promover a inclusão? E, não me refiro a cumprir leis que determinam isso, mas de interações e projetos eficazes e inclusivos que envolvam os alunos. É exatamente isso que fez a Secretaria Municipal de Educação (SMEd) de Olímpia, município do interior paulista com população de pouco mais de 55 mil pessoas – de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Libras na Escola
O projeto Libras na Escola desenvolvido em 2017 pela SMEd de Olímpia, visa a integração escolar entre todos os estudantes, indo além de oferecer intérpretes para alunos surdos sinalizantes, assim entendendo que apenas matricular crianças surdas não é propriamente inclusão.
Antes, os estudantes surdos que utilizavam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) se comunicavam com o acompanhamento de intérpretes durante as aulas. Eles compreendiam os conteúdos e faziam perguntas, mas uma coisa os prejudicava. Você consegue imaginar o que é? Se você disse solidão, acertou em cheio.
Como resolver as lacunas de aprendizado fora da classe, naqueles momentos antes do início das aulas ou nos intervalos, quando as crianças estavam acompanhadas unicamente de seus colegas falantes do Português, que não sabiam se comunicar em Libras, e por isso, se sentiam excluídas?
Para potencializar a interação social entre alunos surdos e não surdos, o Libras na Escola oferta aulas gratuitas a todos os alunos de turmas regulares. Segundo a coordenadora da Educação Especial Inclusiva, da Secretaria de Educação, Marcela Rúbia Nespolo Aniceto o objetivo é garantir que haja uma interação e uma comunicação real entre as crianças surdas e as ouvintes, de modo que elas possam desenvolver laços e se tornar parceiras não só dentro da sala de aula, mas em outros espaços fora do ambiente escolar.
Experiência transformadora para alunos surdos
O processo de troca social valoriza o desenvolvimento e autoestima da criança, assim gerando a verdadeira inclusão, pois inclusão é via de comunicação também. “E os benefícios são sentidos também entre os demais estudantes e até mesmo a equipe escolar. “É uma troca enriquecedora, que contribui para o desenvolvimento da escola como um todo”, avalia Marcela.
A inclusão social na Educação Básica das escolas escolas brasileiras ainda é um desafio para os educandários e professores, sendo assim, para alguns familiares pode ser muitas vezes, um drama essa jornada.
“Dar protagonismo à criança surda passa por entender que Libras é a sua primeira língua. É fundamental que a escola conheça suas crianças, as respeite e promova o respeito às diferenças e Olímpia é exemplo disso”, afirma Pedro Lino, supervisor pedagógico da Área Pública da Editora Aprende Brasil, responsável pelo Sistema de Ensino Aprende Brasil, que atende mais de 17 mil escolas em mais de 200 municípios brasileiros. “É preciso entender a inclusão como uma ação de responsabilidade coletiva”, destacou a coordenadora.
Ensino bilíngue é o caminho
Para a pedagoga, com habilitação em Educação Especial, Daniele Silva Rocha, experiências de integração social permitem de fato que os estudantes evoluam nesse convívio. Ela, que também é surda sinalizante, afirmas que incentivar e criar escolas bilíngues, é diferencial para o aprendizado do aluno surdo.
“Eles chegam à sala de aula sem saber falar o Português, enquanto os colegas não sabem falar Libras. Então, é preciso que, pelo menos, os professores sejam fluentes nas duas línguas”, sugere.
Programas como esse estão cada vez mais sendo difundidos, mas ainda há muito o que fazer em termos de políticas públicas escolares para promover a inclusão e a equidade na educação brasileira.
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