Entenda os desafios do TDH
Conscientização sobre o TDAH
O dia 13 de julho é o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), criado para conscientizar sobre os prejuízos enfrentados pelos portadores em diversos contextos. Os sintomas variam e se manifestam de maneiras diferentes em crianças, adolescentes e adultos, mas geralmente se enquadram em desatenção, hiperatividade e impulsividade.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é uma condição neuropsiquiátrica que afeta pessoas de todas as idades. Caracterizado por desafios na atenção, hiperatividade e impulsividade, o TDAH pode impactar significativamente a vida de quem convive com essa condição. Neste artigo, vamos explorar os diferentes aspectos do TDAH, desde os sintomas até as estratégias de manejo e apoio, para fornecer uma visão mais abrangente sobre o assunto.
Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, 5,2% em indivíduos de 18 a 44 anos e 6,1% em maiores de 44 anos. Aproximadamente 11 milhões de brasileiros são afetados pelo transtorno, conforme dados divulgados em 2022.
Características do TDAH
O TDAH é uma condição neurobiológica que geralmente se manifesta na infância e pode persistir até a idade adulta. Os sintomas do TDAH incluem dificuldade em se concentrar, impulsividade, inquietude e problemas de organização. É importante ressaltar que o TDAH não é causado por má educação ou falta de disciplina, mas sim por diferenças no funcionamento do cérebro.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) era anteriormente conhecido apenas como Transtorno do Déficit de Atenção (TDA). A terminologia foi alterada para incluir “hiperatividade” devido à frequência com que essa característica se manifesta em crianças com o transtorno. A hiperatividade é uma expressão física do déficit de atenção e da impulsividade.
Tipos de TDAH
- Desatento
- Hiperativo/Impulsivo
- Combinado
Sintomas e Impacto
Os sintomas do TDAH podem variar de leves a graves e podem se tornar mais problemáticos em certos ambientes, como em casa ou na escola. As restrições e a organização rígida da escola podem tornar o TDAH mais evidente, enquanto que, em gerações anteriores, os sintomas talvez não interferissem tanto no desempenho das crianças devido a diferentes expectativas sobre o comportamento infantil normal.
Embora alguns dos sintomas do TDAH possam ocorrer também em crianças sem esse transtorno, eles são mais frequentes e graves nas crianças com TDAH.
Além do tratamento profissional, existem várias estratégias de gerenciamento que podem auxiliar as pessoas com TDAH a terem uma vida mais produtiva e satisfatória. A organização pessoal, a definição de metas realistas, o estabelecimento de rotinas estruturadas e a utilização de ferramentas de auxílio, como lembretes e agendas, são algumas das técnicas que podem ser úteis.
TDAH em Adultos
Embora o TDAH seja frequentemente associado a crianças e tenha início na infância, ele pode não ser reconhecido até a adolescência ou a idade adulta. As diferenças neurológicas persistem na idade adulta, e cerca de metade das pessoas continuam a apresentar sintomas comportamentais ao longo da vida.
Sintomas em Adultos
Os sintomas do TDAH em adultos incluem:
- Dificuldade de concentração
- Dificuldade para completar tarefas (habilidades executivas ruins)
- Inquietação
- Oscilações de humor
- Impaciência
- Dificuldade em manter relacionamentos
Diagnóstico em Adultos
Diagnosticar o TDAH na idade adulta pode ser mais desafiador. Os sintomas podem se assemelhar aos de outros transtornos mentais, como transtornos de humor e de ansiedade. Além disso, adultos que abusam de álcool e drogas recreativas podem apresentar sintomas semelhantes.
Para diagnosticar o TDAH, os médicos geralmente pedem que o adulto responda a questionários específicos e, muitas vezes, examinam o histórico escolar para identificar padrões de desatenção ou impulsividade desde a infância.
Apoio Emocional e Educacional
É fundamental que as pessoas com TDAH recebam apoio emocional e educacional adequado. O suporte da família, amigos e profissionais da saúde mental pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida de quem convive com o TDAH. Além disso, é importante que as escolas e instituições educacionais estejam preparadas para oferecer adaptações e estratégias de ensino que atendam às necessidades dos alunos com TDAH.
Infelizmente, o TDAH ainda é uma condição frequentemente estigmatizada. É essencial combater esses estigmas e promover uma compreensão maior sobre o TDAH. Educar as pessoas sobre a natureza do transtorno, seus desafios e suas capacidades pode ajudar a reduzir o estigma e criar um ambiente mais inclusivo e empático.
Enfrentando os Desafios
Embora o TDAH possa trazer desafios significativos, é importante lembrar que muitas pessoas com TDAH alcançaram sucesso em diversas áreas da vida. Celebrar as habilidades e talentos únicos associados ao TDAH e enfatizar as estratégias eficazes de gerenciamento pode ajudar a superar os obstáculos e aproveitar as oportunidades.
Algumas pessoas minimizam o transtorno como modismo, mas Soraya Oliveira rebate: “O TDAH é um transtorno neurobiológico, com base genética. O aumento de casos não é um ‘constructo’, mas resultado de maior conscientização e compreensão da condição. A sociedade mais informada permite identificar mais indivíduos. Além disso, práticas diagnósticas mais abrangentes contribuem para a melhor caracterização do transtorno.”
A psicóloga enfatiza os impactos multifacetados do TDAH na sociedade, família e educação. “Lidar com TDAH não é fácil devido às alterações de comportamento na infância e dificuldades de atenção na fase adulta. Na escola, crianças com a condição enfrentam dificuldades acadêmicas, desafios de comportamento e problemas de relacionamento. Nos adultos, a dependência de substâncias como drogas e álcool é uma comorbidade frequente.”
Tratamento e Apoio
O tratamento é multidisciplinar. “Adultos que sentem os sintomas ou pais que os percebem nos filhos devem buscar auxílio profissional sem procrastinar. O tratamento inclui psicoterapia, psicopedagogia e medicamentos. Além do tratamento, é fundamental ter compreensão do transtorno para melhor lidar com o comportamento da criança e do adulto. Não se deve usar medicação para TDAH sem prescrição médica”, alerta Soraya.
A conscientização sobre o TDAH e a busca por tratamento adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos portadores e suas famílias.