Entenda o transtorno mental da medalhista Simone Biles

Redação Uníntese

A ginasta Simone Biles, uma das atletas mais renomadas e medalhistas olímpicas de todos os tempos, recentemente abriu o jogo sobre seu diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Sua declaração não apenas desafia estigmas associados aos transtornos mentais, mas também serve como um poderoso exemplo de como o TDAH não impede a excelência em alto nível.

Em suas palavras: “Tenho TDAH e não é vergonha me medicar para isso, não temo que as pessoas saibam. Eu tenho TDAH desde que era criança.” Essa abertura de Biles é significativa, pois ilustra que, com o tratamento adequado, é possível alcançar sucesso em áreas altamente exigentes como a ginástica olímpica.

Compreendendo o TDAH

O TDAH é caracterizado por dois grupos principais de sintomas: desatenção e hiperatividade/impulsividade.

Desatenção inclui:

  • Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades.
  • Tendência a se distrair facilmente.
  • Problemas para seguir instruções e se organizar.
  • Esquecimento frequente de compromissos e objetos.

Hiperatividade/Impulsividade envolve:

  • Inquietação, como mexer as mãos ou os pés.
  • Dificuldade em permanecer em silêncio ou aguardar a vez.
  • Tendência a falar excessivamente ou sentir-se sempre agitado.

É importante notar que o TDAH não necessariamente causa dificuldades graves no desempenho escolar. Quando problemas acadêmicos são notados, pode ser necessário considerar outras condições ou comorbidades, como ansiedade, que podem imitar ou agravar os sintomas de TDAH.

Diagnóstico

O TDAH afeta aproximadamente 2 a 4% dos adolescentes entre 12 e 14 anos e entre 3 a 7% das crianças em idade escolar, com uma prevalência maior em meninos em comparação com meninas. Entre adultos, a prevalência é de cerca de 4%.

O diagnóstico de TDAH é baseado em uma avaliação clínica detalhada e não em testes neuropsicológicos isolados. Exames de neuroimagem, como o eletroencefalograma (EEG), não são essenciais para o diagnóstico de TDAH, embora possam ser úteis para diferenciação de diagnósticos específicos.

Mitos e Fatos sobre o TDAH

Há muitos mitos sobre as causas do TDAH, incluindo questões como dieta, estresse familiar e uso excessivo de tecnologia. No entanto, esses fatores não têm respaldo científico como causas do transtorno. É crucial distinguir entre o que tem base científica e o que não tem.

Tratamentos como acupuntura, meditação e homeopatia ainda carecem de evidências robustas quanto à sua eficácia para o TDAH. O tratamento padrão geralmente inclui medicação e terapia comportamental.

Avanços no Tratamento

Recentemente, novas opções de tratamento têm surgido. A substância atomoxetina, aprovada pela ANVISA desde 2023, e a viloxazina, já disponível no mercado americano e prevista para chegar ao Brasil em 2025, são exemplos de avanços recentes. Outra inovação é a lisdexanfetamina em gotas, que permite um ajuste mais preciso da dose e pode reduzir efeitos colaterais.

Cada paciente com TDAH necessita de um tratamento individualizado. Alguns podem se beneficiar apenas de terapia comportamental, enquanto outros podem precisar de uma combinação de medicamentos e terapia. A personalização do tratamento é fundamental e deve ser feita sob a orientação de um médico especializado.

Simone Biles não só inspira com suas conquistas atléticas, mas também ao abrir o diálogo sobre o TDAH, ajudando a desestigmatizar o transtorno e oferecendo um exemplo poderoso de como é possível superar desafios pessoais para alcançar a excelência.

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