Canoas é o primeiro município a incluir Libras em currículo escolar
Canoas é a única cidade do Rio Grande do Sul que possui um currículo específico para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Elaboradas ao longo do ano passado, as competências e habilidades estão descritas no Referencial Curricular de Canoas. Este documento foi aprovado no final de 2018 pelo Conselho Municipal de Educação. Além disso, o município foi um dos primeiros do Estado a finalizar o documento, este que serve de referência para os professores da rede pública. A implementação da nova base curricular ocorre a partir de 2020.
A implementação do conteúdo em Libras
Liderada pela equipe diretiva e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Bilíngue Vitória, a construção do conteúdo de Libras é um reconhecimento da instituição de ensino como uma escola sinalizadora. No local, que atende a uma média de 40 alunos, as disciplinas tradicionais são ensinadas em duas línguas: Libras e Português. As duas disciplinas, inclusive, têm a mesma carga-horária de ensino, são três períodos semanais para cada conteúdo.
“A EMEF Vitória é uma escola que faz um trabalho diferenciado, é uma exceção dentro da rede pública de ensino em Canoas e no Rio Grande do Sul. A escola é um universo que respira a comunicação de sinais, pensada exclusivamente para o desenvolvimento pedagógico das crianças e adolescentes surdos”, diz a secretária da Educação de Canoas, Neka Escobar. A EMEF Vitória é uma das poucos instituições de ensino bilíngue no Estado, ao lado da Salomão Watnick, de Porto Alegre, e da Carmem Regina Teixeira Baldino, de Pelotas.
Currículo que vai além da linguística
Nas séries Iniciais (de 1ª a 4ª série), o objetivo do currículo é tornar as crianças fluentes em Libras. A intenção é fazê-los atingir um bom nível de comunicação clara, sem abrir mão, em nenhum momento, da prática lúdica dentro das atividades pedagógicas. Ainda na primeira fase do ensino, o referencial traz aspectos da cultura surda como elemento de aprendizado. Na sala de aula, os pequenos estudantes são provocados a refletir sobre temas como o reconhecimento às particularidades da cultura surda.
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