Será que ladrões roubam livros?

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Você sabia que no Iraque os donos de livraria não guardam os livros ao fechar as lojas? Segundo eles, ladrões não roubam livros.

Conheça a Rua Mutanabbi em Bagdá, no Iraque. É o centro histórico da venda de livros da cidade, uma rua repleta de livrarias e bancas de livros ao ar livre. O local foi batizada em homenagem ao poeta iraquiano clássico do século X, Al-Mutanabbi.

Considerada um refúgio para os amantes da literatura, com seus cafés e um mercado de livros, um dos mais famosos do mundo árabe, lá os donos de livraria não guardam os livros ao fechar as lojas. Pois segundo o ditado: “o leitor não rouba e o ladrão não lê”. E é assim, que por meio de um simples gesto, os iraquianos encontram um refúgio e um alívio para seus sofrimentos, como os atentados e as incertezas diárias.

Às sextas-feiras, a pequena rua de pedestres da velha Bagdá cria alma nova, quando os donos de sebos organizam seus últimos achados nos balcões, tentando atrair a atenção dos passantes declamando versos de Al-Mutanabbi, que parece zelar pelos presentes do alto de sua estátua.

Com menos de um quilômetro, a rua está situada entre o rio Tigre, sobre o qual está o monumento em homenagem ao poeta, e uma estrutura em forma de arco, decorada com uma de suas citações.

O Iraque dos sonhos

Outros frequentadores – exclusivamente homens – saboreiam tranquilamente chá com limão ou fumam voluptuosamente o narguilé, no café Shabandar, um dos mais renomados da cidade.

Para Kamil Abdulrahim al-Saadawi, que frequenta a rua há mais de 30 anos: “A rua Mutanabi nada tem a ver com a realidade do Iraque; é uma ilha à parte. Enquanto do lado de fora somos confrontados com a violência e a imbecilidade dos políticos – a nossa realidade -, aqui encontramos o Iraque de nossos sonhos”, acrescenta.

Confira abaixo um trecho em vídeo de como é a Rua Mutanabbi:

Novos ares

Em março de 2007 nem mesmo o refúgio dos iraquianos pode escapar da trágica realidade, quando sofreu um atentado terrorista. A rua só retornou a “normalidade” em 2008.

Quando chega a sexta-feira as pessoas parecem ter um encontro marcado, livre do ódio e da intolerância, apenas reunindo apaixonados pela literatura. De acordo com Jamal Saya, que há 25 anos administra uma das livrarias da rua:

“O que nos faz feliz aqui é a ausência da intolerância e do ódio. Mutanabi é o que há de melhor na cultura deste país”, segundo ele.

Por fim, os frequentadores observam, que os anos movimentados pelos quais passou o Iraque influenciaram, grandemente, a oferta de livros disponíveis. Porquanto, antes da invasão americana de 2003, a maioria dos textos era em árabe, com um grande número deles dedicados à glória do ditador deposto Saddam Hussein. Hoje, a escolha é mais abundante, com livros em línguas estrangeiras e outros objetos como os de papelaria, além dos CDs e os mapas geográficos.

Fonte: Veja

E agora, o que você acha: será que ladrões roubam livros? Você também concorda que “o leitor não rouba e o ladrão não lê”? Porquanto, o poder da educação, dos livros e da união de um povo podem impactar o mundo profundamente. Então que tal começar essa mudança por aqui também? Clique aqui e saiba mais.

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