Menos de 10% das salas de cinema no Brasil têm recursos de acessibilidade

Louise Rakoski

Segundo o estatuto da pessoa com deficiência, todas as salas deveriam contar com recursos de acessibilidade para deficientes visuais e auditivos, tais como audiodescrição, legenda descritiva e tradução em Libras.

Menos de 10% das salas de cinema do País têm algum tipo de acessibilidade para deficientes visuais ou auditivos, como prevê o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Das 3300 salas do país, somente 269 têm ao menos um desses recursos, ou seja, 8% do total.

A Viviane Santos é cega desde pequena, o que não a impediu de virar uma amante do cinema. Só que para acompanhar os filmes, a estudante da Universidade de Brasília precisa da audiodescrição. O recurso informa por um fone de ouvido plugado no celular o que acontece na tela enquanto não há diálogos, como as reações dos personagens e a descrição do ambiente.

“A audiodescrição é como se fosse os meus olhos. Através dela eu consigo ter sensações, rir ou chorar. Quando isso é tirado da gente é um desrespeito. É muito bom ter esse acesso, aprender e se divertir como qualquer pessoa”, comenta ela.

O último censo mostra que 18% da população brasileira tem deficiência visual, e 5% tem deficiência auditiva. A Ancine afirma que tem dado incentivos para que as produções brasileiras já cheguem aos cinemas com o legenda descritiva, audiodescrição e tradução em libras. Alguns aplicativos usados por pessoas cegas e surdas também ajudam, mas há pouca oferta de filmes estrangeiros.

Fonte: Menos de 10% das salas de cinema no Brasil têm recursos de acessibilidade

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