Jovem com síndrome de down: A história de amor

João Gomes

Assista ao longa-metragem “Cromossomo 21” que retrata o amor vivenciado por uma jovem com síndrome de down

Vitória é uma jovem normal que faz faculdade, toca piano e pratica natação. A estudante tem um cromossomo a mais, sendo portadora de síndrome de down. Contudo, o destino faz com que ela cruze com o sonhador Afonso, um garoto sem a síndrome. Os dois se apaixonam e despertam para uma sociedade questionável, que ainda assim, julga esse relacionamento “casal fora dos padrões”.

Como tudo começou?

Cromossomo 21 surgiu da amizade de Adriele e Alex Duarte. Nos méritos inclui-se a proposta independente. O filme chegou nos cinemas e nas plataformas digitais, sendo premiado em vários festivais, inclusive em Hollywood. O objetivo do projeto que, a princípio, é maior que o filme, sempre foi a efetivação dos direitos humanos e realizar na prática a inclusão no Brasil e em outros países.

Então, o longa-metragem de ficção, portanto, é uma oportunidade de abrir a mente para a educação inclusiva no Brasil, que ainda passa por diversos desafios contra o preconceito.

Uma jovem com síndrome de down também pode amar

A frase slogan do filme – O que você faria se fosse impedido de amar? – reflete a história da jovem com síndrome de down. Afonso é rico e puro (Luís Fernando Irgang). Já sua mãe é pusilânime e agride sua namorada, Vitória interpretada por Adriele Lopes Pelentir, que possui síndrome de Down. Caminhando pela rua, Vitória salva Afonso de um atropelamento. Esse é um ponto inteligente e de partida para desenrolar o roteiro. Inverte-se o jogo: o deficiente como o forte da relação.

Foto: divulgação guiadasemana

Afonso, dito “normal”, apaixona-se por Vitória e ela por ele. Portanto, em poucos minutos, percebemos a proposta de se fazer um tour no cotidiano da garota. Família, amigos, despedida de solteira, casamento, trabalho, desejo sexual. Junto com essa tranquilidade vem a falta de profundeza. Cenas ingênuas, transições mal costuradas, personagens unidimensionais —à exceção de Vitória, que tanto pode ser uma jovem com síndrome de down, doce quanto se revoltar, em um momento de angústia.

A câmera acompanha a atriz Adriele como foco central a cada minuto. No entanto, uma percepção que há tempos não se via, desde “Colegas” (2013), de Marcelo Galvão, estrelado por atores com deficiência. No recente “O Filho Eterno” (2016), o jovem deficiente é um aliado e não o eixo central, voltado para o processo de paternidade.

Ao passo que, “Cromossomo 21” ajuda a superar os rótulos do vitimismo e merece ser visto temos análise e reflexão. Antes de mais nada, é preciso agora, burilar a forma e dar sustança a projetos semelhantes. Sem chapa branca — como as personagens negam-se a ser no filme —, é necessário fusionar a vontade com a arte: um combo que faz do cinema algo tão particular.

Um projeto amplo pela inclusão

Foto: divulgação Cromossso 21

O filme é parte de um grande projeto de inclusão social no Brasil que reúne iniciativas para mobilizar a sociedade sobre o papel das pessoas com deficiência, entre elas: palestras, cursos, vivências, produções audiovisuais, matérias e oportunidades.

A Uníntese como referência em educação inclusiva e desenvolvimento humano no Brasil, também aborda a síndrome de down em seus conteúdos e cursos.

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