Conheça a modelo brasileira surda que vive um conto de fadas da vida real

administrador

Parece até conto de fadas, mas a história da Brenda é muito real! Conheça a modelo brasileira surda que superou a deficiência, tornou-se modelo internacional e encontrou o grande amor da sua vida: o herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, que também é surdo!

Foto reprodução

A carioca Brenda Costa, 37 anos, nasceu surda, porém, aprendeu a falar, virou expert em leitura labial (em várias línguas!) e ganhou o mundo como modelo – até fotografou com Mario Testino. Mas também sofreu muito preconceito e foi humilhada por sua condição física. 

Há mais de nove anos conheceu seu príncipe, Karim Al-Fayed, surdo como ela e herdeiro de uma das maiores fortunas do planeta. Eles casaram e tiveram uma filhinha perfeita. Sim, é exatamente o que parece: um conto de fadas com final feliz! 

Uma fábula moderna muito real

Sou carioca, filha única e surda de nascença – fato que nunca, gosto sempre de frisar, me impediu de realizar tudo o que quis na vida: desde me comunicar no dia a dia até trabalhar, pagar minhas contas, morar fora (em Nova York, Paris e Londres, onde resido hoje), namorar, casar e criar uma filha linda. Sou uma das poucas surdas que conheço que fala.

É que o fato de não ouvir dificulta muito o processo de falar. Consigo me fazer entender, ainda que não articule os sons com perfeição, e isso foi fundamental para que eu realizasse tudo o que realizei. O fato de nunca ter estudado em escola especial ajudou bastante. Por isso, desde novinha tive de me esforçar muito para entender os amigos na escola, os professores… A vida toda conciliei rotina escolar com sessões de terapia e fonoaudiologia. Além disso, também estudei leitura labial e hoje, além do português, entendo francês, italiano e inglês.
 

Brenda mora em Londres com o marido e a filha (Foto: Alexis Chabala)

Quando a modelo brasileira surda conheceu seu príncipe

Tive muitos golpes de sorte na vida… Um dos maiores, melhores e que mais rendeu frutos foi conhecer num trabalho o amor da minha vida, com quem estou há mais de nove anos: o Karim (Al-Fayed, egípcio, filho do bilionário Mohamed Al-Fayed e irmão de Dodi, namorado da princesa Diana que morreu com ela no acidente de 1997).

Antes dele tive namorados, claro, mas nunca com uma conexão assim! O Karim é fotógrafo e me conheceu numa campanha. Ele ficou louco atrás do meu telefone e, como a agência fez jogo duro, me escalou pra outra campanha, da Harrods, para poder me encontrar. O resto você pode imaginar… me apaixonei – e a recíproca foi verdadeira!

Ah, faltou mencionar que o Karim também é deficiente auditivo. Ao contrário de mim, ele não nasceu assim – sua surdez é resultado da meningite que teve quando criança. Claro que essa coincidência terminou nos unindo. Nós dois conhecemos bem a linguagem dos sinais, mas não gostamos de usar. Sabemos e preferimos ler lábios em diferentes idiomas e temos a habilidade de falar – coisa que ele aprendeu também depois de muitas sessões de fono.

O Karim é um homem importante e sinto o maior orgulho disso, embora para mim ele seja “só” pai da nossa Antônia e meu marido – um homem encantador, super protetor, carinhoso e gentil. Se eu puder citar uma parte chata dessa história toda é que, às vezes, preciso bloquear minha agenda como modelo para poder acompanhá-lo nos compromissos (Karim atua como fotógrafo, é diretor de fotografia de cinema e, bem, herdeiro de uma das maiores fortunas do planeta). É assim quando se é mulher de alguém tão ocupado, fazer o quê? Isso me machuca um pouco, porque eu amo ser modelo, adoro trabalhar… Mas não se pode ter tudo, né?
 

Brenda e Karim no Jasmin Ball, festa beneficente promovida pela Unicef (Foto: Getty Images)

Minha mãe, minha filha, minha voz

Então, para falar a verdade, sinto que tenho quase tudo. Antônia veio coroar lindamente minha história de superação. Nunca temi que ela tivesse deficiência auditiva. Graças a Deus, minha filha escuta bem e nos entende perfeitamente.

Como explicar isso? Parece que desde bebê ela sabe que não escutamos… Quando queria chamar nossa atenção, intuitivamente nos tocava, em vez de emitir sons, como fazem as crianças. Hoje, nos avisa quando a campainha ou o telefone da casa estão tocando. Antônia não conhece a língua de sinais, mas fala inglês e português e gesticula muito bem. Nossa comunicação – minha, dela e do Karim – se dá por uma linguagem corporal única, que fomos criando naturalmente.

Tento fazer tudo o que posso pela minha filha: dou banho, levo e busco na escola, brinco, faço o dever de casa… Quero ser para ela o que minha mãe foi pra mim. Minha mãe sempre foi minha voz, um pedaço meu. Quando viajo a trabalho, fico doida querendo entrar no Skype pra ver a Antônia, para mostrar o que estou fazendo. Amo quando ela fica imitando minhas poses de modelo!

E o dinheiro?

Hoje em dia não sinto mais dificuldades ou preconceito por ser surda. Superei minhas inseguranças e me acostumei a viver dentro das minhas limitações. Vez ou outra me dizem que é fácil sentir essa aceitação toda porque tenho dinheiro. Bem, de fato o dinheiro é uma ferramenta para deixar a vida mais confortável e me ajudou muito a melhorar a minha comunicação. Afinal, fiz todos os tratamentos possíveis para poder falar, por exemplo, coloquei um implante coclear, uma cirurgia caríssima que proporciona uma leve sensação auditiva – como esquecer o som do vento, a primeira coisa que ouvi? Ou a primeira vez que minha mãe disse o meu nome?

Confira o vídeo em que Brenda conta sua experiência após colocar o implante coclear, em seu canal do YouTube “Belle du Silence”:

Mas com ou sem dinheiro, uma coisa eu aprendi nesta vida: a gente precisa passar por cima das barreiras e lutar pelo que quer. Pode parecer bobo e óbvio, porém minha história prova que é possível. Mais: que vale a pena. Quero um dia trabalhar em uma ONG brasileira e fazer campanhas para mostrar que os deficientes auditivos podem vencer, ter sucesso em suas profissões, se superarem também no âmbito pessoal. Quero ver alguém dizer não. 

Fonte: Glamour

Que história incrível né? Aproveite para comentar aqui embaixo e compartilhar essa história motivadora com seus amigos! ?

Leia mais:

Quer mais conteúdos interessantes? Então acesse: Ensino.digital

Comentários